Relatório destaca avanço acelerado da China em inteligência artificial

Um relatório publicado em junho pelo portal 36Kr revela que a China deu um salto significativo no desenvolvimento de inteligência artificial nos últimos três anos.

Segundo o estudo, o país se aproxima dos Estados Unidos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e no número de patentes registradas em modelos de linguagem de grande porte (LLMs). A publicação destaca a velocidade com que a China expandiu sua infraestrutura técnica e científica.
O crescimento se dá tanto no setor público quanto no privado. Trata-se de um reposicionamento estratégico no cenário global da IA.

O relatório mostra que o número de LLMs chineses cresceu exponencialmente, com destaque para empresas como Baidu, Alibaba, Huawei e startups como MiniMax e Zhipu. Esses modelos vêm se aproximando, em benchmarks específicos, de equivalentes ocidentais como GPT e Claude.

Além disso, houve uma explosão na produção de artigos científicos em IA, consolidando universidades chinesas entre as mais produtivas do mundo. A China também lidera na construção de centros de supercomputação voltados para IA. O investimento em chips e nuvem autônoma está entre as prioridades.

Em termos de aplicação, os modelos chineses têm sido usados em educação, finanças, setor público e defesa. O governo tem promovido iniciativas para incentivar o uso da IA em soluções de governança inteligente. A integração com aplicativos populares e plataformas de serviço aumentou o contato diário dos cidadãos com sistemas baseados em IA. O ecossistema local de desenvolvedores cresce com apoio de políticas de incentivo e capital estatal. Esse impulso reduz a dependência de tecnologias estrangeiras e acelera a inovação nacional.

O relatório também aponta desafios, como a internacionalização dos modelos chineses e a preocupação com regulamentações e direitos digitais. Apesar do avanço técnico, a confiança global em ferramentas chinesas ainda enfrenta resistência geopolítica.

Questões como transparência, uso ético e alinhamento com padrões internacionais seguem em debate. No entanto, o país demonstra intenção de participar das discussões sobre governança global da IA. O discurso oficial enfatiza soberania tecnológica com cooperação internacional.

Especialistas veem no avanço chinês uma mudança de eixo no poder tecnológico mundial. Se antes o domínio da IA estava concentrado no Ocidente, agora há um movimento claro de bipolarização entre EUA e China. A competitividade estimula inovações mais rápidas, mas também reforça a necessidade de normas internacionais. A corrida pela IA está menos ligada a consumo e mais voltada a infraestrutura estratégica. Isso inclui supercomputação, chips e novos paradigmas de rede neural.

Com os dados apresentados, o relatório da 36Kr evidencia o surgimento de uma nova potência digital. A China consolida-se como protagonista em inteligência artificial, com velocidade de execução e foco estratégico. O país investe em soberania algorítmica e amplia sua capacidade de inovação independente. Esse cenário exige que o mundo acompanhe de perto os rumos da IA oriental. A próxima fase da revolução tecnológica será global — e multilíngue por definição.

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